9.12.08

Ouro negro a preto-e-branco

A quebra acentuada do preço do petróleo nos mercados internacionais está a ser provocada por um triângulo de razões menos sobrenaturais do que o das Bermudas, mas com implicações mais graves e globais do que os desaparecimentos misteriosos no Atlântico:

1. a crise financeira que atirou as maiores economias do mundo para uma recessão aguda e arrastou para uma quebra na procura que não se sentia desde o último choque petrolífero há quase três décadas;

2. a fuga dos investidores nos últimos cinco meses que os levou a “saltar do barco” que transporta o ‘ouro negro’ antes que ele afunde;

3. a perspectiva de alterações profundas na política energética sopradas pela futura administração norte-americana, que quer acabar em dez anos com a dependência da maior economia do mundo do petróleo do Médio Oriente e da Venezuela e tem como meta ambiciosa a redução das emissões de gases com efeito de estufa em 80% até 2050. Do plano de estímulo à economia, em preparação e que pode ascender aos 700 mil milhões de dólares, estima-se que 10% será aplicado na componente “verde” das tecnologias limpas. Será mesmo assim?

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